A resistência em discutir abertamente o suicídio é um dos principais obstáculos para a prevenção eficaz desse grave problema de saúde pública. O silêncio, os tabus, os estigmas e a falta de informação contribuem diretamente para a dificuldade em identificar sinais de sofrimento emocional. Quando evitamos o diálogo, fechamos portas importantes para o acolhimento e a intervenção.
Nesse contexto, a conscientização se torna um instrumento poderoso. Realizada há dez anos em Mato Grosso do Sul, a campanha Setembro Amarelo foi instituída pela Lei Estadual 4.777 de 2015, de autoria da presidente da Escola do Legislativo Ramez Tebet, deputada Mara Caseiro (PSDB), tem desempenhado um papel crucial no enfrentamento ao suicídio, por meio de ações de prevenção e sensibilização.
“Mato Grosso do Sul destaca-se, infelizmente, entre os Estados com os mais altos e preocupantes índices de suicídio. Os dados refletem um cenário alarmante de sofrimento psicológico, que exige atenção da sociedade e do poder público. A promoção de espaços de escuta, o fortalecimento de redes de apoio, a ampliação do acesso a serviços de tratamento são medidas fundamentais. Além disso, as ações que incentivem o diálogo são indispensáveis para romper o silêncio que cerca esse tema”, destacou Mara.
A pedido da deputada Mara, o coordenador regional do Centro de Valorização da Vida (CVV), Victor Yazbek, participará da sessão ordinária na próxima terça-feira (9), para abordar a relevância da prevenção do suicídio, especialmente no cenário alarmante do Estado, que registrou 211 suicídios neste ano, conforme dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sejusp/MS).
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Estado apresentou em 2024 um aumento na taxa de suicídios: 9,9 suicídios a cada 100 mil habitantes, a 7ª mais alta do país. Ao todo, foram contabilizadas 287 mortes por suicídio no ano passado, contra 165 registros em 2023, um aumento de 122 casos, o que representa variação de 72,5%.
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